alimentação

Você pode substituir “jamais vou comer isso” por “vou tentar”, por exemplo

Jaca refogada na cebola, com azeitona e tomatinho

Isso aí é jaca. Refogada no óleo de côco com cebola, sal, pimenta-do-reino, salsinha, tomatinho-cereja e azeitona picada. Levei num piquenique no sábado. Com um pouco de vergonha, confesso. Imaginei as pessoas falando: “pronto, lá vem a Bela Gil”.

Não que eu ache “Bela Gil” uma ofensa, pelo contrário. Mas é que ela virou o “Judas” da alimentação a partir do momento em que passou a defender seus pontos de vista publicamente.

Anyway, esse texto não é sobre a Bela Gil. É sobre se abrir para novos gostos, sabores e hábitos. Quando foi a última vez que você experimentou algo novo? Que mudou o jeito que cozinha certas coisas, que tentou mudar algo na sua rotina para comer mais comida caseira e pedir menos delivery…que pensou em mudar a forma como vem cuidando do seu corpo?

Você já ouviu que é impossível querer resultados diferentes fazendo as coisas do mesmo jeito?

E às vezes passamos anos e anos amarrados à uma mesma rotina, às mesmas pessoas, às mesmas manias. À mesma ideia que fazemos de nós mesmos. Por que, né?

Eu ainda me espanto quando ouço adultos falando coisas do tipo: “não como salada” ou “odeio fruta”. Criança ainda tem “licença-poética” pra fazer esse tipo de birra, porque elas ainda estão formando seus gostos, valores, opiniões. E também estão adaptando o paladar a tantos sabores diferentes.

Eu tive sorte: minha mãe nunca desistiu de nos fazer gostar de tudo quanto é tipo de folha, grão e legume. Mas verdade seja dita – comigo ela não teve trabalho nenhum. Eu comia até pedra. Já com a minha irmã foi um caminho mais longo. Mas hoje ela está aí, comendo até pedra e vendendo saúde.

Uma boa notícia é que, mesmo depois de adulto, é possível reeducar nosso paladar e nos acostumar com novos sabores. Já entrevistei vários especialistas no assunto que me fizeram acreditar ainda mais no poder do hábito.

Claro que ninguém é obrigado a comer coisas que não gosta. Mas experimentar não dói. 

Não é sobre a jaca. É sobre rever nossas escolhas e tentar nos desamarrar de padrões que a gente estabeleceu uma vez na vida e não largou mais. Abrir mão daquelas rabugentices que nos limitam.

Você já viu gente que viaja pra outro país e só come Mc Donald’s, porque não quer se arriscar? Ou que volta reclamando que no tal lugar não tinha “arroz e feijão”.

Veja bem: eu sou ARROZ&FEIJÃO lover desde bebezinha. Eu trocaria QUALQUER (veja bem, QUALQUER) comida por arroz e feijão. Mas quando eu viajo, poxa, eu quero conhecer a culinária local, né? Eu acho que isso é uma das formas de mergulhar na cultura regional.

E nem vou entrar no mérito econômico aqui, porque, sim, dá para comer bem e barato em qualquer lugar do mundo, até em Paris, até em Nova York, até mesmo aqui em São Francisco, que olha, Ô LUGARZINHO CARO (porém, lindo, San Fran, te amo ♥).

Enfim. Não é sobre Bela Gil, nem sobre jaca. É sobre estar aberto e ter consciência que mudar de opinião não é fraqueza. E sim, um sinal de evolução!

Obs.: até quem não gosdijaca se lambuzou com essa belezinha aí. 🙂

Jaca refogada na cebola, com azeitona e tomatinho
Jaca refogada na cebola, com azeitona e tomatinho