Eu já falei por aqui de ter nascido com a sorte de ter uma melhor amiga, de infância, que se formou nutricionista, a Cibele.

Na minha fase ogra da adolescência, quando eu matava dois pães franceses e meio pacote de bolacha recheada no café da tarde e continuava com a barriga chapada, eu ignorava boa parte dos seus conselhos.

Um deles é o que eu mesmo apelidei de ‘teoria das calorias desnecessárias’. Sim, eu batizei a tal da técnica utilizada por ela para deixar de comer por comer, sem fome, apenas pelo hábito de beliscar.

Claro que eu só tomei consciência disso com o tempo, afinal, com a idade, só de pensar em um biscoito recheado eu já engordo cinco quilos.

A teoria é bem simples: pensar antes de comer. Falando assim parece um conselho inútil, mas o negócio é desenvolver o hábito.

Na minha cabeça, por exemplo, tenho muito claro o que eu permito que se acumule em forma de gordura no meu quadril. Exemplos:

– Aquele pãozinho de queijo murcho que sobrou em um coffee break qualquer (desnecessário, não preciso comer)
– Pão fresquinho com manteiga / café adoçado com açúcar, não com adoçante (calorias muito bem-vindas)
– Cerveja de marca duvidosa e mais ou menos gelada (desnecessário)
– Cerveja estupidamente gelada e da minha marca preferida (super necessária)
– Chocolate xexelento que que tem mais gordura hidrogenada do que cacau (passo)
– O chocolate que eu mais gosto  (importante em alguns momentos)
– Pedaço de qualquer coisa que você ganhou de alguém e se sente obrigado a comer por educação (não, gente, não precisa!)
–  Qualquer coisa feita pela minha mãe e pela minha vó com muito carinho (calorias muito bem investidas)

E por aí vai.  Este é o meu critério, a minha forma de comer sem culpa o que eu realmente gosto. A ideia é não encanar com a quantidade de calorias, mas sim com o que elas representam.

A Bela Gil, que é expert em nutrição, sempre fala disso, e inclusive falou para mim nessa entrevista aqui. “Eu não conto caloria porque acho que nenhuma caloria é igual, 100 calorias de chocolate não são iguais as 100 calorias de brócolis. As pessoas não vão mais afundo, para saber a diferença de como o alimento é digerido no seu organismo. As calorias não são iguais e os efeitos dela no nosso corpo não são iguais”, ela disse.

Bacon ou espinafre?
Se você se sente um pouco perdido diante do que vale ou não a pena, um novo aplicativo, o Calorific, pode te ajudar a comparar alguns itens.

Funciona assim: ele coloca uma série de alimentos em porções de 200 calorias, para que você entenda a diferença entre as quantidades.

Por exemplo, para ingerir 200 calorias, você pode comer apenas 27 gramas de bacon, ou então 170 gramas de presunto. Você pode, inclusive, ganhar estas mesmas calorias com surpreendentes  869 gramas de espinafre.

O Calorific é gratuito para alguns alimentos, mas você paga se quiser ter acesso a uma variedade maior.

Claro que ninguém quer ficar preso a estes números e valores, afinal, o prazer está em misturar o bacon, o espinafre e qualquer coisa que você queira. Sem culpa, sem paranoia, mas sempre com consciência.