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Mulher muda o corpo com ‘dieta de industrializados’

Essa semana começou felicíssima com um pedaço de bolo de mandioca que minha irmã mandou para mim. Aceitei de muito bom grado e degustei tomando um cafezinho no fim da tarde.

Tem coisa melhor do que um café + bolo caseiro fofinho? Eu particularmente acho que poucas coisas evocam tanto a infância quanto esta combinação.

Pensei comigo: e não é que essa danada, que até alguns dias atrás não cozinhava nada, está me saindo uma mulher prendada? Imaginei o empenho da minha pequena menina: dá um trabalho lascado lavar, descascar e cozinhar mandioca, não? E isso seria só o primeiro passo do tal bolo.

Só que depois de alguns elogios, o veredicto. “Comprei massa pronta de saquinho, Dan, só fiz a calda!”. Por fim, mantive os elogios: me lambuzei! Também não estou tirando o mérito da criança, não, que fique claro. Na correria em que vivemos, nem sempre dá para abrir mão da praticidade.

No entanto, não pude deixar de lembrar de um dado que conheci lendo o livro Prato Sujo, da jornalista Marcia Kedouk. As massas prontas de bolo também não escapam dos altos índices de sódio que grande parte do que sai da indústria carrega. A mistura para bolo de chocolate por exemplo tem em média, a cada 40 gramas, 307 mg de sódio segundo a publicação.

Na ocasião do lançamento do livro – que eu li e recomendo – ela me falou um pouco sobre o quanto a indústria alimentícia está pronta para nos empurrar alimentos supostamente saudáveis, mas carregados de pegadinhas que a longo prazo só pioram a nossa saúde. Quem tiver interesse pode ler mais sobre este tema clicando aqui.

A verdade é: quanto mais se conhece sobre o assunto, mais fica claro que o segredo da saúde e do corpo em dia não tem a ver com dietas milagrosas ou com toneladas de suplementos proteicos. É o contrário: quanto menos artificial, melhor.

Claro que não tem como ter uma vaca em casa para tirar o próprio leite, requeijão, queijo e manteiga. Então um dos ônus da vida urbana é justamente esse, não temos como escapar completamente das caixinhas, saquinhos e latinhas.

Mas sabendo dosar é possível reduzir bem o consumo das opções artificiais. E com equilíbrio, não é um bolo de saquinho feito com tanto amor que vai fazer mal, disso eu tenho certeza.

Obs.: no mesmo dia que a minha irmã me mandou o tal bolo, enviou uma foto do jantar: linguado com molho de requeijão e shimeji. Beijinho no ombro para quem tem empenho e força de vontade para fazer um cardápio bonito e saudável ao longo da semana!

Na própria pele
Uma preparadora física resolveu testar no próprio corpo tudo o que eu acabo de falar aí em cima. Maíra Tavares esteve, por dois meses, por trás de um projeto pessoal que consistia em comprovar o quanto os alimentos industrializados podem impactar negativamente o nosso corpo.

E estamos falando de itens que trazem em letras garrafais frases como “zero de gordura” e “rico em ômega 3”, aqueles que comemos entre as refeições achando que são inofensivos e que estamos arrasando rumo à conquista de um tanquinho.

Ela mostra na foto abaixo a evolução das dobrinhas que antes não existiam.

 

Foto: Instagram/@mairactavares/Reprodução

 

O período “industrializado” acabou há poucos dias. Ela conta, na entrevista as seguir, o que tirou desse aprendizado.

Antes de começar com este projeto, como era sua alimentação?
Minha prioridade era a comida natural, comida de verdade e com boas opções de industrializados. Enfim, opções menos artificiais.

Por que você abraçou esta causa?
Porque assim como eu passei muitos anos da minha vida escolhendo pela embalagem e pelo que era associado a ideia de saúde, e com pouquíssimos conhecimentos verdadeiros sobre saúde e alimentação, observava que a maioria das pessoas ainda buscava saúde pelo caminho errado e com uma alimentação pobre em saúde, mas extremamente estimulada pela mídia e pela indústria alimentícia no Brasil.

Quais as mudanças mais drásticas que notou no seu corpo?
Notei uma grande diferença na barriga.

O que pretende fazer agora que acabou o projeto? Vai excluir tudo que é industrializado da dieta?
Não, eu jamais deixaria de comer industrializados que são benéficos para a minha saúde, como: óleo de coco, azeite extra virgem, sal do himalaia, barrinha de nuts ou frutas adoçadas com mel, sem corantes e conservantes para os momentos que preciso de algo rápido; assim como flocos de quinoa e amaranto.

Dependendo da fase da dieta como pão sem glúten, queijo de búfala, iogurte natural de ovelha, etc.

Na sua opinião, quais são os maiores problemas dos alimentos industrializados?
Vender a imagem de saúde quando não são boas opções. Alimentos extremamente artificiais ou com ingredientes prejudiciais não deveriam ser vendidos como saudáveis.

Na sociedade que a gente vive – da correria – você acha possível conviver com os industrializados de forma saudável?
Acho possível sim, para quem se propõe a isso. Mas a maioria das pessoas quer somente a praticidade e todo cuidado exige trabalho. Nunca disse que o ideal é viver sem industrializados, até porque existem ótimas opções.

Quais são os piores alimentos industrializados, na sua opinião?
Não tenho conhecimento técnico para afirmar quais são os piores, e jamais faria isso sendo educadora física. Como consumidora consciente do que busco para a minha saúde, não consumiria regularmente industrializados com açúcar, açúcar invertido, glutamato monossódico, gordura trans, soja, aspartame, corantes artificiais, óleos de soja, canola, glúten, entre outros.

Você teria algumas dicas práticas para quem não tem tempo? O que fazer para manter uma alimentação saudável, sem excesso de industrializados, de forma mais natural?
Quem passa o dia inteiro fora de casa deveria levar a maioria das refeições do dia ou buscar locais onde seja possível fazer opções mais naturais.

Caso recorra aos industrializados, escolha os menos artificiais, por exemplo: existem diversas marcas de iogurtes, e geralmente os de fruta são opções ruins, por serem muito artificiais e com quase nada ou nada de fruta.

Então os iogurtes naturais com uma lista de ingredientes pequena, com apenas 2 ou 3 ingredientes na composição, são opções melhores. Só para ilustrar, alguns de fruta possuem mais de 20 ingredientes e muitos aditivos químicos.

Adoçar seu próprio iogurte com frutas, açúcar de côco, stevia ou geleia de fruta sem açúcar é uma opção indiscutivelmente mais saudável.

 

 

 

 

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