A gordura é uma questão feminista
“Você emagreceu”?, perguntou o porteiro do meu prédio quando nos encontramos no elevador. Incrível como apenas duas palavrinhas são capazes de acender um sorriso no meu rosto e mudar imediatamente o meu humor. Trocamos mais duas ou três frases, nos despedimos, e subi, bem contente. Mas refletindo. É, eu perdi alguns quilinhos. Mas por que raios ainda fico tão feliz em ouvir que estou magra? Mesmo sendo uma discípula de Naomi Wolf; mesmo depois de ter corrido com os lobos… (risos). Depois de ter devorado tanto conteúdo a respeito dessa nossa “devoção” cega ao corpo. Por quê? Uau, magra! Linda! Quando eu trabalhava em redação, questões sobre dietas da moda e privações alimentares eram obrigatórias em entrevistas com as famosas. Fiz incontáveis matérias desse tipo. Entre elas, diversas pautas com Adriane Galisteu. Lembro que ela sempre falava do quanto gostava de ouvir que estava magra. “Todo mundo fala que é gostoso sair na rua e ouvir as pessoas dizerem que você está linda, e eu falo, vocês não sabem o prazer que dá ouvir ‘como …