A série Vinagre de Maçã, da Netflix, expõe como as redes sociais se tornam um terreno fértil para a desinformação, especialmente no que se refere a curas milagrosas. Baseada na história real de Belle Gibson, a produção mostra como uma mentira sobre curar um câncer com dietas alternativas se espalhou rapidamente, conquistando seguidores e gerando lucros. E, no meio disso, fica a lição sobre o impacto da desinformação na saúde e a importância de desenvolver senso crítico nesse momento de mundo.
Em meados de 2009, Belle afirmou falsamente ter curado um câncer terminal apenas com alimentação e tratamentos alternativos, e usou as redes sociais para conquistar apoiadores e seguidores.
Primeiramente, vale pontuar que, nessa época, o Instagram ainda estava engatinhando, então as pessoas rapidamente se solidarizaram e compraram a causa. Daí pro sucesso foi um pulo.
Belle lançou um aplicativo de receitas saudáveis, amplamente apoiado pela Apple. Conseguiu um contrato com uma editora renomada para publicação do seu primeiro livro. E começou a fazer muito dinheiro — tudo isso impulsionado pela crença cega no seu relato e pela falta de senso crítico que, muitas vezes, permeia (até hoje) o ambiente digital.

A desinformação que viraliza
Quando se trata de alimentação e métodos naturais, é fácil acreditar no mantra “mal não vai fazer”. Sobretudo quando o conselho vem embalado por um feed bonito, uma legenda inspiradora e, de preferência, uma influencer que se encaixe em todos os padrões de beleza atuais.
Só para ilustrar: tente digitar “vinagre de maçã” no Google para ver o que vai acontecer. Você irá encontrar promessas de emagrecimento, cura de doenças e benefícios milagrosos. Contudo, o custo de seguir dicas infundadas pode ser alto — e Vinagre de Maçã deixa isso claro.
A série também traz personagens fictícios que representam o universo das influencers de bem-estar, muitas vezes navegando em uma zona cinzenta da informação sobre saúde. Aqui, quando o discurso anticiência encontra terreno fértil na internet, as consequências podem ser graves.
A importância do jornalismo e do senso crítico
Sem dúvida, o pontapé inicial do desmonte da farsa de Belle Gibson foi o trabalho de dois jornalistas comprometidos com a verdade, Beau Donelly e Nick Toscano. A investigação ganhou corpo e virou um livro, que então deu origem à série.
E aqui está a reflexão: no meio desse mar de desinformação, onde encontramos fontes confiáveis?
No meu livro, Além do Like, eu também falo sobre isso. Embora eu procure não demonizar as redes sociais, afinal, elas também têm o seu lado positivo, é fundamental desenvolver senso crítico diante das narrativas digitais, reconhecer padrões de manipulação e entender o impacto dessas plataformas na percepção de nós mesmas.
Principalmente, é preciso saber identificar armadilhas que exploram inseguranças, especialmente quando o assunto é corpo e saúde.

Escolha para quem vai seu like
Assim como há muitas “Belle Gibsons” por aí, também existem vozes responsáveis, que buscam trazer informação de qualidade. Portanto, cabe a nós decidir quem merece a nossa atenção.
Se você se interessa por entender melhor esse universo, meu livro Além do Like te convida a refletir sobre como surgiram os padrões de beleza e como as redes sociais os reforçam, além de moldarem nossas escolhas.
No fim das contas, o poder de curar a epidemia da desinformação começa no nosso próprio feed.
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Para comprar o Além do Like, você pode entrar diretamente em contato comigo pelo meu Instagram. Ele também está à venda nos seguintes sites:
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R. Ébano Pereira, 269 – Centro

Leia mulheres! ♥
Para saber mais
Se você assistiu à série e quer se aprofundar, eu recomendo dois materiais:
- Podcast “You Can’t Make this Up”: dividido em dois episódios. O primeiro é um bate-papo com os jornalistas Beau Donelly and Nick Toscano, autores do livro sobre Belle Gibson — uma conversa detalhada sobre a investigação que desmascarou a farsa. O segundo é com a roteirista da série, Samantha Strauss, que falou um pouco dos bastidores e das escolhas que fez para desenvolver uma protagonista tão complexa sem glamourizá-la.
- Entrevista de Belle Gibson no 60 Minutes: nessa entrevista, a jornalista Tara Brown coloca Belle Gibson na parede. Basicamente você verá meia hora de perguntas diretas e respostas super evasivas. Vale a pena ver a figura “nua e crua”, sendo questionada sobre coisas que todo mundo gostaria de saber.