All posts tagged: Senso Crítico

Criança sorrindo enquanto aprende com um tablet, representando o uso responsável da inteligência artificial na educação.

Entre o medo e a esperança: o que a IA pode nos ensinar sobre ser humanos

No último fim de semana, participei de um workshop da KQED para professores da Bay Area: Centering Student Voice in a GenAI World. O evento era voltado à educação midiática e ao uso responsável da inteligência artificial em sala de aula. Ok, eu não sou professora (sou escritora e jornalista), mas a equipe organizadora gentilmente aceitou minha inscrição. Fiquei feliz e grata, e lá fui eu para um sábado inteirinho de estudos e reflexões. Mesmo sendo a única da sala que não atua em ambiente escolar, me senti em casa. Ali, todos estavam interessados em um objetivo comum: entender como criar senso crítico em tempos de algoritmos cada vez mais sofisticados. Foi entre educadores e pessoas que pesquisam esses temas há tanto tempo que me peguei pensando: se a inteligência artificial está redesenhando e refinando ainda mais o que consumimos digitalmente, será que nossa relação com as redes sociais vai piorar? É provável que sim, se não investirmos mais intensamente em educação midiática. Mas eu sou uma otimista. Formar senso crítico: a hora é agora …

Capa do livro Além do Like, escrito por Danielle Barg, com fundo laranja e título em letras garrafais

A pressão estética não sai de moda: atualizar nosso olhar é pra ontem

Você já percebeu que a pressão estética nas redes sociais nunca morrem — elas apenas se transformam? Foi para falar sobre isso que escrevi o Além do Like. A primeira edição nasceu em 2021, e agora ele acaba de ganhar uma versão atualizada pela Editora Senac! A nova publicação traz pesquisas quentes, entrevistas e temas que refletem os desafios atuais da era digital. A pressão estética muda de rosto, mas não desaparece Apesar das tendências irem e virem, a pressão estética nunca perde a relevância. Ela apenas se reinventa. Quando escrevi a primeira edição, o debate girava em torno de filtros de beleza no Instagram, comparações com o “corpo perfeito” das influenciadoras e dietas milagrosas que circulavam nas redes sociais. No entanto, não mudou muita coisa nesse cenário. Estudos apontam que o uso de filtros digitais tem mexido com a autoestima de adolescentes, que estão cada vez mais inclinadas à ideia de transformar o corpo por meio da cirurgia plástica. Além disso, a comparação da imagem real com a editada continua sendo um terreno fértil …

Cena da série Vinagre de Maçã, da Netflix, baseada na história real de Belle Gibson, abordando desinformação nas redes sociais e curas milagrosas

Desinformação e curas milagrosas: o alerta da série Vinagre de Maçã, da Netflix

A série Vinagre de Maçã, da Netflix, expõe como as redes sociais se tornam um terreno fértil para a desinformação, especialmente no que se refere a curas milagrosas. Baseada na história real de Belle Gibson, a produção mostra como uma mentira sobre curar um câncer com dietas alternativas se espalhou rapidamente, conquistando seguidores e gerando lucros. E, no meio disso, fica a lição sobre o impacto da desinformação na saúde e a importância de desenvolver senso crítico nesse momento de mundo. Em meados de 2009, Belle afirmou falsamente ter curado um câncer terminal apenas com alimentação e tratamentos alternativos, e usou as redes sociais para conquistar apoiadores e seguidores. Primeiramente, vale pontuar que, nessa época, o Instagram ainda estava engatinhando, então as pessoas rapidamente se solidarizaram e compraram a causa. Daí pro sucesso foi um pulo. Belle lançou um aplicativo de receitas saudáveis, amplamente apoiado pela Apple. Conseguiu um contrato com uma editora renomada para publicação do seu primeiro livro. E começou a fazer muito dinheiro — tudo isso impulsionado pela crença cega no seu …

Pressão estética e superficialidade são marca das redes sociais atualmente

Desinfluencie-se: como escapar da pressão estética e da superficialidade nas redes sociais

Após alguns dias fora para uma viagem profissional, meu marido voltou para casa. Sentados à mesa de jantar, conversamos sobre a semana. Falei do trabalho, das coisas que fiz, dos filmes que assisti e das fofocas mais recentes do Brasil — ele não acompanha muito as redes, então sou eu quem sempre o atualiza sobre os memes e novidades. Durante a conversa, ele me fez uma pergunta inesperada:— Você não acha que está se sentindo muita raiva? A pergunta me pegou de surpresa. De fato, eu havia pronunciado a palavra “raiva” quatro vezes naquela conversa. Mas, ao refletir, percebi que muitos dos incômodos que compartilhei com ele tinham uma origem comum: as redes sociais. O fascínio e a frustração da “vida perfeita” online Não é segredo que as redes sociais podem mexer com nossas emoções. E não é por acaso que escrevi um livro sobre isso. Sempre me impressionou o contraste entre a realidade e a narrativa que se constrói online. E aqui não estou falando só de influencers: conheço uma centena de pessoas “comuns”, …