Author: danibarg

Ouvir o corpo é um dos lemas do comer intuitivo

Alimentação intuitiva: aprenda a escutar seu corpo e reencontrar o prazer de comer

Imagine comer sem contar calorias; sem sentir culpa ou, o que é melhor: sem se arrepender depois. Certamente, era assim que comiam as nossas avós, mas com a chegada das dietas restritivas e com a obsessão pelo corpo magro, paramos de ouvir os nossos sinais internos. Ao contrário: agora, seguimos listas e dicas externas para saber o que comer.  No entanto, há luz no fim do túnel. Essa é a proposta da alimentação intuitiva, uma abordagem que busca reconectar as pessoas aos seus sinais de fome e saciedade, para que comam de forma mais consciente. Ao contrário das dietas restritivas, a alimentação intuitiva incentiva uma relação saudável com a comida e nosso próprio corpo. Mas afinal, o que é alimentação intuitiva? A alimentação intuitiva vai na contramão das dietas da moda e propõe uma relação mais tranquila com a comida. Em contraste às listas de alimentos e quantidades que as pessoas “podem” ou “não podem comer”, essa linha busca ajudar as pessoas a voltarem a prestar atenção nos seus verdadeiros gostos e, sobretudo, nos seus …

No filme A Substância, sobre pressão estética e preconceito sobre envelhecimento, Demi Moore dá vida à Elizabeth Sparkle

A Substância: o terror de Hollywood sobre pressão estética e envelhecimento feminino

O que você faria para parar o tempo e manter a juventude? Parece um sonho impossível, mas para muitas mulheres, essa busca desesperada é uma realidade, especialmente em Hollywood. Muitas tentam se manter jovem, investem em procedimentos estéticos, mas as críticas não param. Além de as pessoas julgarem o envelhecimento, criticam também as que tentam combatê-lo. Difícil agradar todo mundo, né? No filme A Substância, estrelado por Demi Moore, essa pressão estética é trazida à tona de forma grotesca e impactante. Ironicamente, sua personagem é quase uma metáfora dessa pressão que ela mesma já experienciou na vida real. Resumo do filme “A Substância” (sem spoilers) O filme A Substância é uma crítica feroz à obsessão pela juventude e à invisibilidade das mulheres ao envelhecer. Demi Moore interpreta Elizabeth Sparkl, uma atriz que tem um programa fitness na TV e está completando 50 anos. Uma vez que cometeu o “crime” de envelhecer, perde seu posto, e fica bastante descontrolada. De forma inesperada, encontra uma fórmula secreta para criar uma versão mais nova de si mesma. Em seguida, …

crianças sentem a pressão estética cada vez mais cedo, o que afeta a imagem corporal infantil

Da inocência à insegurança: como a pressão estética afeta a imagem corporal das crianças

Você já imaginou como seria o mundo se as crianças mantivessem a mesma confiança em seus corpos ao longo da vida, sem se deixarem levar pela pressão estética? Ainda que, muito cedo, a gente já comece a ter referências externas do que é considerado “bonito” ou “feio”, ninguém nasce com essas paranóias ligadas ao corpo.  Esse é um tema central para quem, como eu, se interessa por estudar como a pressão estética entra nas nossas vidas e abala nossa autoestima. E por isso reassisti um vídeo que eu não via faz tempo, mas que, em partes, continua atual.  O que você mudaria no seu corpo? No vídeo em questão, entrevistadores reuniram 50 pessoas, entre adultos e crianças, para fazer uma simples pergunta: “se você pudesse mudar uma coisa no seu corpo, o que seria”?  As entrevistas são feitas individualmente, e as respostas revelam a inocência de quem ainda não foi afetado pelos padrões de beleza. Enquanto os adultos listam uma série de coisas que mudariam, como a altura, o tamanho da testa, das orelhas, ou …

Documentário mostra o nascimento da Barbie Negra

Black Barbie: documentário mostra a importância da representatividade

Grandes conquistas podem surgir de pequenos gestos de coragem. Foi assim que nasceu a primeira Barbie negra, em 1980, a partir de uma simples pergunta, como conta o documentário Black Barbie, disponível na Netflix. O filme traz entrevistas com mulheres que trabalharam na Mattel – fabricante da boneca – e tiveram papeis cruciais nessa construção.  A primeira delas foi Beulah Mae Mitchell, uma mulher negra que trabalhava na fábrica e teve a ousadia de perguntar à Ruth Handler, criadora da Barbie: “Por que não fazemos uma Barbie que se pareça comigo?”.  Embora pareça estranho afirmar que uma pergunta tão básica seja interpretada como um ato de coragem, é preciso considerar que nossa sociedade é, sim, racista. E há 60 anos atrás, quando surgiu a primeira Barbie, era ainda mais. De tal forma que ter mulheres negras no quadro de funcionários e acatar suas opiniões já poderia ser visto, naquela época, como algo revolucionário. Sem dúvida, não fossem essas mulheres, muitas meninas ainda não se sentiriam representadas em uma das bonecas mais populares em todo o …

Zezé Motta | Foto: Nelson Di Rago/Globo

Em tempos de redes sociais e padronização, representatividade é ouro 

“Enquanto algum negro ou alguma mulher tiver sendo humilhada pelo fato de ser negro e de ser mulher eu vou me sentir humilhada.” É assim que Zezé Motta define sua sensação sendo uma figura de destaque tão importante na TV e cinema brasileiros. A fala é apenas uma entre tantas impactantes reunidas no documentário Tributo, disponível no Globoplay.  Representatividade é um tema que eu exploro muito no meu livro, o Além do Like. De tal forma que assistir esse documentário foi como um sopro de esperança sobre essa questão. Zezé é a prova viva de que a representatividade é um dos caminhos mais eficazes para uma sociedade mais diversa e menos excludente.  Cadê todo mundo? Se sentir pertencente é uma necessidade humana, e por muito tempo as mulheres negras não se viam representadas na TV em papéis de destaque. Felizmente, esse cenário está mudando, ainda em passos lentos, e é uma alegria ver o tanto de portas que Zezé abriu. Nas entrevistas, ela conta que ao começar a fazer sucesso na TV, percebeu o quanto …

Bebê Rena é baseada em uma história real

Bebê rena: uma história real sobre baixa autoestima

A série Bebê Rena (Baby Reindeer) está dando o que falar por vários motivos. Primeiro por ser intrigante a ponto de ser impossível não maratonar. Segundo por ser baseado em uma história real (!!!). Terceiro porque é difícil de acreditar que algo tão maluco assim aconteceu de verdade. A história gira em torno de Donny, um aspirante a comediante que trabalha em um pub para pagar as contas; e Martha, uma misteriosa cliente que adentra ao local sem ter dinheiro para consumir nada. Donny percebe que a moça não está nos seus melhores dias e a oferece uma xícara de chá por conta da casa. A partir daí, a história se transforma.  Martha, encantada com uma fagulha de atenção e afeto, passa a stalkear Donny e a persegui-lo de todas as formas; por e-mail, pelo Facebook, Twitter. E, acredito eu, o pior pesadedelo de quem é stalkeado – ela passa a segui-lo ao vivo. No bar, na rua, na plateia onde ele se apresenta. É assustador. Bem, minha ideia aqui não é fazer uma resenha …

redes sociais e saúde mental: tá todo mundo fingindo felicidade no Instagram?

Redes sociais e saúde mental: tá todo mundo fingindo que tá bem?

Hoje eu li uma matéria muito interessante na The Atlantic sobre a saúde mental das adolescentes americanas. Segundo uma pesquisa, o sentimento de tristeza e falta de esperança passou de 36% para 57% nos últimos dez anos, com uma piora expressiva durante a pandemia.  Ironicamente, foi “graças” ao período de confinamento que o tema saúde mental passou a ser tratado com mais seriedade, com a ampliação de serviços, informações e conscientização nessa área.  As redes sociais frequentemente são apontadas como grandes gatilhos da ansiedade e depressão. Em parte, porque elas nos isolam do contato presencial. Ao mesmo tempo, elas nos expõem ao pior do ser humano, segundo essa mesma matéria:  ” In life, treating minor problems as catastrophes is a straight path to misery—but online, the most catastrophic headlines get the most attention. In life, nurturing anger produces conflict with friends and family; online, it’s an excellent way to build an audience. (Na vida, tratar problemas menores como catástrofes é um caminho direto para a miséria – mas online, as manchetes mais catastróficas recebem mais …

Escreva o livro que você gostaria de ler

As mulheres estão insatisfeitas diante do espelho. É a celulite, a barriga que está muito flácida, a pele, o cabelo. Parece que não somos suficientes diante da “perfeição” das redes sociais. Eu também estive (e às vezes, ainda estou) insatisfeita com a minha imagem. É aquela coisa: quando você consegue emagrecer os tais dos dois quilinhos que estavam sobrando, logo caça outra “imperfeição” para encarar diante do espelho. Mas de onde vem essa insatisfação? Quem nos fez acreditar que há algo de errado com nosso corpo? Por que nunca está bom? Eu fiz essas perguntas a mim mesma por muitos anos, mesmo sendo uma mulher que se encaixa no padrão de beleza atual. Li muitos livros a respeito destes temas, vi documentários, filmes, palestras; ouvi podcasts. Uma coisa que eu notava em comum em todos esses conteúdos é que as raizes da pressão estética sofrida pela mulher já estão muito bem estudadas e fundamentadas. Mas ainda pouco se fala das consequências e, sobretudo, sobre o que a gente pode fazer pra tentar ressignificar a nossa …

“Fake famous” desmascara a cultura dos “likes”

“Stop making stupid people famous“. A frase, que em tradução literal significa: “Pare de fazer pessoas estúpidas famosas”, nunca esteve tão atual. Todo dia vemos alguém, com milhares de seguidores, falando algo de forma irresponsável na Internet.  A fórmula é sempre a mesma: a pessoa posta algo polêmico que choca/desagrada um monte de gente. Daí, ela faz um vídeo dizendo que sua fala foi “mal-interpretada” ou “tirada de contexto”. Passa uma semana, um mês talvez…e o ciclo se repete. E assim ela se mantém em evidência, às vezes até ganhando mais seguidores. A cultura dos likes está bagunçando a nossa percepção das coisas. Ainda acreditamos que o número de curtidas e de seguidores é sinônimo de credibilidade.  Por isso hoje eu vim para indicar um documentário que mostra um pouco sobre como é relativamente “fácil” fazer alguém ficar famoso na Internet. Fake Famous, da HBO, desmistifica um pouco essa questão, a partir de um experimento feito pelo jornalista Nick Bilton.  Ele recrutou três anônimos e embarcou em uma jornada para transformá-los em influencers super bombados. …

Desperdício de alimentos: uma verdade indigesta

O Brasil enfrenta uma enorme crise de insegurança alimentar e muita gente se viu forçada a mudar seus hábitos por questões econômicas. A pandemia piorou muito este quadro, por conta do cenário econômico, e é triste pensar que tanta gente não sabe se vai conseguir garantir uma única refeição ao longo do dia. São 19 milhões de brasileiros lidando com a fome atualmente. Ao mesmo tempo, estamos jogando muita comida fora. O Índice de Desperdício de Alimentos 2021 da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado no último mês de março, indica que em 2019 foram desperdiçados cerca de 931 milhões de toneladas de alimentos, o que corresponde a 17% do que estava disponível para consumo.  É claro que não somos os únicos culpados, esse índice também inclui restaurantes, comércio varejista e outros serviços alimentares. Mas o que cada um faz individualmente na sua casinha também conta – e muito. E eu imagino que muita gente nem se dá conta do impacto que suas escolhas individuais têm no todo.  É compreensível: não existe uma conscientização muito …